sábado, 16 de outubro de 2010

A QUESTÃO ÉTNICO – RACIAL NA LITERATURA INFANTIL

1. DEFINIÇÃO DE LITERATURA INFANTIL


A literatura infantil nada mais é do que o imaginário e a fantasia sendo expostos pelos escritores em seus livros. Ela entende que a criança tem necessidades diferentes do adulto, carecendo de atenção especial e insere na arte da escrita conteúdos moralizantes e formativos em conjunto com o entretenimento cultural.


2. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL

A literatura infantil hoje é vista como uma aliada para a formação do indivíduo e no desenvolvimento da aprendizagem durante a infância. Contudo, quando utilizada de forma maçante e com um único intuito de alfabetizar, pode provocar sérios danos à formação do indivíduo e a sua capacidade de interpretação seja literária ou da leitura de mundo.


3. O USO DA LITERATURA INFANTIL NA SALA DE AULA.


A literatura infantil pode ser vista com diversos olhares a partir do momento em que são abordados temas variados. As histórias infantis funcionam como instrumentos de conhecimento do mundo; assim, então, como uma maneira prática do leitor de decodificar a sociedade e seus problemas na qual vivem, pois é com a literatura que os homens têm a oportunidade de ampliar, transformar ou enriquecer sua própria experiência de vida.


4. A QUESTÃO ÉTNICO – RACIAL NA LITERATURA INFANTIL


A Literatura Infantil como vínculo criança-mundo, pode introduzir o debate racial em sala de aula. Na verdade o que se vê são professores que ao identificarem que dentro do convívio escolar existe preconceito e racismo alegam não ter conhecimento necessário para desenvolver ações que os combatam, ainda questionam como abordar temas tão complexos com crianças da Educação Infantil.


5. COMO TRABALHAR A QUESTÃO ÉTNICO - RACIAL NA LITERATURA INFANTIL


Partindo do pressuposto da abordagem racial na Literatura Infantil, apesar de toda uma discussão em torno da história e da importância do negro para a sociedade, existem livros que continuam vinculando conteúdos racistas.

Pois cá comigo - disse Emília- só aturo estas histórias como estudos da ignorância e burrice do povo. Prazer não sinto nenhum. Não são engraçadas, não têm humorismo. Parecem-me muito grosseiras e até bárbaras coisa mesmo de negra beiçuda, como Tia Nastácia. Não gosto, não gosto, e não gosto !

Monteiro Lobato. Histórias de tia Nastácia. Ed. Brasiliense: São Paulo. 6a. ed. 1957 p.30.

Bem se vê que é preta e beiçuda! Não tem a menor filosofia, esta diaba. Sina é o seu nariz, sabe ?

Monteiro Lobato. Histórias de tia Nastácia. Ed. Brasiliense: São Paulo. 6a. ed. 1957, p.132



Capa Original do livro "O Minotauro", de Monteiro Lobato


Cabe ao educador juntamente com a escola selecionar livros adequados para a abordagem adequada dessa temática dentro de sala de aula, para que assim não haja conceitos pré-concebidos e uma desvalorização da cultura africana que pela história, faz parte das nossas vidas.

§ 1° O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2° Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

BRASIL; Lei 10.639/2003



Capa e páginas internas do livro "O Cabelo de Lelê", de Valéria Belém

Adiantamos que a tarefa em torno da leitura destes livros é dupla e concomitante: reconhecer e denunciar abordagens, textos e imagens que possam de alguma maneira desfavorecer a construção positiva da identidade da população negra e também identificar materiais, livros adequados, fomentando boas práticas de leitura, capazes de questionar e desconstruir mecanismos e práticas racistas e discriminatórias. Trata- se de construir e promover espaços voltados à eqüidade social e étnico-racial.

(SOUZA; PIRES, p.1)










As crianças negras agradecem

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